O impacto do racismo ambiental na rotina da população e novas soluções foram parte da temática abordada nesta sexta-feira (06/06), em São Pedro da Aldeia. A atividade teve o objetivo de conscientizar a população a respeito do tema “Raízes da Desigualdade: Racismo Ambiental em Debate na IV Semana do Meio Ambiente”. Os interessados lotaram o Centro de Formação Continuada (CEFOR) e contribuíram com o debate. A iniciativa é uma realização das Secretarias de Educação e de Meio Ambiente e Pesca, com apoio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Trabalho e do projeto Limpa Rio – Comunidade, do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). O evento contou com a participação dos alunos do 9⁰ ano da Escola Municipal Francisco Paes de Carvalho Filho, do Boqueirão.
A abertura oficial da mesa redonda contou com a participação da secretária de Educação, Danielle Corrêa; do secretário de Meio Ambiente e Pesca, Mario Flavio Moreira; do secretário adjunto de Serviços Públicos, Ney Prevatto; do assessor da a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Trabalho, Gilcimar Valle; e do assessor da Secretaria de Governo, Edmilson Bittencourt.


Para a secretária de Educação, Danielle Corrêa, a realização da mesa redonda é fundamental para ampliar a compreensão de educadores e estudantes sobre as desigualdades sociais relacionadas ao meio ambiente. “Discutir o racismo ambiental é reconhecer que a justiça ambiental também é uma questão de justiça social. A Secretaria de Educação reafirma seu compromisso com uma formação que promova a equidade, a consciência crítica e o respeito à diversidade”, ressaltou.
O secretário de Meio Ambiente e Pesca, Mario Flavio Moreira, apontou a importância da parceria entre as Secretarias Municipais para levar ações de qualidade e de conscientização para a população. “Estamos dando continuidade a IV Semana do Meio Ambiente com ações voltadas à área ambiental e a parceria com a Secretaria de Educação é fantástica, principalmente voltada à Educação Ambiental, assim como a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Trabalho. Sobre o tema da nossa mesa, é importante destacar que quando falamos de racismo ambiental, estamos abordando a questão da moradia e dos desafios que as comunidades mais isoladas enfrentam”, explicou.


Racismo ambiental em debate
A roda de conversa em formato de mesa redonda contou com a presença da Prof. Dra. do Departamento de Geografia da UFF e coordenadora do Grupo de Trabalho Quilombola, Rita Montezuma. “O racismo ambiental interfere na vida do cidadão. Trouxemos, então, o debate de como a gente entende o tema, como chega ao Brasil e ganha espaço, ao ponto de ser debatido pelas mídias. O segundo patamar é mostrar como o racismo ambiental opera. Isso é muito importante, porque existem sutilezas nesse debate. Vim ansiosa para trocar com meus colegas e aprender com eles também”, comentou Rita, que também abordou exemplos práticos de como o racismo ambiental impacta na vida e na rotina do cidadão.

A assistente social e especialista em Questão Urbana, atualmente professora substituta na Escola de Serviço Social da UFF, Dra. Ana Carolina Vazquez, falou sobre como o desenvolvimento ambiental e social é levado em consideração. Ela também provocou uma reflexão a respeito da ocupação do espaço nas cidades. “É preciso pensar no direito à cidade, não apenas como direito de habitar, mas de usufruir o que a cidade tem para oferecer, sejam serviços e equipamentos, mas principalmente o lazer e os ambientes públicos”, comentou.

A coordenadora de Educação Quilombola e Antiracista da Secretaria de Educação, Silvia Robem, integrou a mesa e deixou sua contribuição. “Quero agradecer muito a cada um que colocou essa pauta hoje como prioridade. Esta é uma oportunidade única e diferenciada de tratarmos o tema levantando em conta a nossa formação cidadã, que leva em conta a qualidade de vida, a vivência de cada um. Trabalho com a comunidade quilombola e é importante trazer os desafios e os legados dessa comunidade à luz. Falar sobre racismo ambiental é reconhecer injustiças, mudar com os direitos e promover justiça social e ambiental”, apontou.

Com apenas 14 anos, Alice Figueiroa, aluna do 9º ano da E. M. Francisco Paes, já tem consciência sobre o impacto que pequenas ações podem causar. “Eu acho que pelo fato de a gente ser referência, pelo menos na escola, por sermos mais velhos, é importante participar de eventos como esse e colher as informações para repassar para os outros alunos. Principalmente quem ainda está aprendendo, ver alguém próximo se interessando é muito bom para o desenvolvimento”, ressaltou.

A coordenadora de Educação Ambiental da Secretaria de Educação, Thatiane Bittencourt, abordou a relevância de incluir diferentes públicos nas ações de conscientização. “Estamos tentando transformar mentalidades e deixar as sementes espalhadas pelo nosso município. Por isso a importância de trazer o máximo de representantes da sociedade para esse evento tão enriquecedor. Cada parceria foi recebida com muito carinho para que nós pudéssemos realizar essa ação de conscientização e aprendizado”, relatou.

Conscientização ambiental por meio da arte
Antes de chegarem ao auditório do CEFOR, os participantes da mesa redonda já entravam no clima da conscientização ambiental com a exibição dos trabalhos dos alunos da rede municipal de ensino. Utilizando materiais que normalmente são descartados, os estudantes criaram diversas obras de arte que retratam o meio ambiente. O colorido dos trabalhos e a reflexão que eles provocam chamou a atenção de quem participou do evento.



Além das atividades dos alunos, o Projeto Marés de Ações Participativas também esteve presente, por intermédio da representante do Instituto Mar Azul, Paloma Arias. Foram expostas obras fotográficas impressas em tela. A exposição itinerante é realizada em conjunto com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. As imagens são de fotógrafos amadores, que por meio do projeto, têm seus trabalhos divulgados. Eles também receberam uma aula prática sobre como tirar fotos com olhar ambiental pelo fotógrafo Gustavo Pedro de Paula, curador da exposição.


Também estiveram presentes no evento, representantes da concessionária de águas e esgoto, Prolagos, e o vereador Paulo Santana.


Confira a programação da IV Semana do Meio Ambiente:
10 de junho (Terça-feira) – EcoLiteratura – E. M. Francisco Paes – 10h e 14h
11 de junho (Quarta-feira) – Consulta Pública criação da UP Ilha dos Macacos – 9h
11 de junho (Quarta-feira) – Roda de Conversa – E. M. Capitão Costa – 14h30
16 de junho (Segunda-feira) – Oficinas do Amanhã – CEFOR – 8h30 e 13h30
17 de junho (Terça-feira) – EcoEscola – E. M. Maria da Glória dos S. Motta – 14h
24 de junho (Terça-feira) – Adote uma árvore – E. M. Prof. Maria Celeste – 14h
25 de junho (Quarta-feira) – Ecoliteratura – Creche D. Chica – 15h
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